domingo, 22 de março de 2009

Urbanização Caótica

Urbanização Caótica

O Brasil já nasce como uma civilização urbana precariamente projetada para responder a demanda de colônia de Portugal, recebe aqueles que eram indesejáveis na Europa e estes se juntam a uma população de índios voltados a subsistência.
São fundadas as cidades regidas por eclesiásticos e classes dominantes abastadas compostas principalmente de senhores rurais e através destas ditas classes vêm às classes urbanas de “segunda”, que eram as classes compostas de funcionários, escrivães, meirinhos e militares, e por fim uma grande camada de branco e mestiços livres que tenta sobreviver à sombra dos ricos e remediados. A classe escrava formava o que se pode chamar de quarta classe, pois estava totalmente marginalizada e servia apenas de utensílio de trabalho para as classes dominantes.
É neste contexto cultural que o Brasil vai se desenvolvendo até que com a economia cafeeira surge o êxodo mássico de grande parte da população para as cidades e mais tarde para a abolição da escravatura faz com que os ex escravos também migrassem para as cidades fazendo com que a população urbana praticamente triplicasse neste período.
Como não havia nenhum planejamento social para abarcar toda essa nova realidade populacional a grande maioria dos cidadãos da área urbana vivia na miséria. Pode-se pegar São Paulo e Rio de Janeiro como exemplos de cidades onde ocorreu esse inchaço populacional.
Esse crescimento urbano explosivo começa a gerar problemas das mais diferentes ordens e a necessidade de soluções era uma condição eminente a ser imposta.
Surge como presidente Getúlio Vargas que inicia uma criação de indústrias estáveis na tentativa de gerar emprego e renda, mas seus projetos são rechaçados por privatistas do setor internacional, principalmente os americanos aos quais não interessava o fortalecimento econômico do país.
Getúlio Vargas, diante de tal situação suicida-se e seus sucessores pouco conseguem fazer para mudar a realidade social do país.
Temos então a subida ao poder de Jucelino Kubichek, que munido de apoio internacional abre o país as empresas estrangeiras e o fruto desta abertura é uma industrialização maciça por todo o país. Mas não se pode esquecer que esta industrialização gerou enormes custos ao Brasil, pois as empresas estrangeiras tiveram subsídios de toda ordem para se instalarem, o que causou o engrandecimento da dívida externa do Brasil a níveis nunca vistos.
E certo afirmar que Com esta industrialização o país deu um salto econômico, político e social, porém o custo deste salto repercutiu desfavoravelmente ao país.
O que se vê hoje é uma realidade parecida com a de cem anos atrás, uma grande parte da população vivendo na miséria, tentando encontrar os mais diferentes artifícios para sobreviver e o crime contribuindo para sustentar toda essa população.
O Brasil hoje se encontra em um paradigma social e econômico ainda não solucionado, buscam-se soluções paliativas para os diversos problemas, mas uma solução real simplesmente não existe, o que faz com que os problemas brasileiros sejam como uma bola de neve que cresce desmensuradamente em velocidade alarmante e tendo como destino de colisão o próprio país.